Quais são as diferenças no tratamento das doenças mentais entre os serviços públicos, planos de saúde/seguradoras e particulares?
Para responder essa pergunta, inicialmente pensamos, porque há essa diferença?
O financiamento dos tratamentos de doenças mentais no mundo, sempre foram negligenciados. Seja por estigma relacionado às doenças ou pela ideia pregressa que essas eram frutos de um castigo de Deus.
No final do século 19 e início do 20, nosso país buscou esconder, prender e limitar esses doentes a lugares fechados e distantes do convívio em sociedade (para retirá-los das ruas). Famílias mais abastadas prendiam seu familiar acometido por uma doença mental nos porões de suas casas. O escondiam pela vergonha.
Isso não impediu que houvesse, ao longo do último século, uma explosão no número de doenças mentais e de pessoas sofrendo com estas.
Isto se deve tanto pelo componente genético quanto pelo desenvolvimento da nossa sociedade. Principalmente estes, entre outros tantos fatores, propiciam atualmente uma maior incidência das doenças mentais na população.
Esconder o paciente e sua doença não foi mais possível, então tivemos que lidar com essa realidade.
Muitos familiares, graças às ações dos governantes/gestores de saúde na década de 60/70, do século passado, contribuíram diretamente para o abandono de pessoas em grandes hospitais psiquiátricos.
A Reforma Psiquiátrica promoveu a desospitalização e a busca pela formação de estruturas extra hospitalares para promover o cuidado e tratamento adequado às doenças mentais. As estratégias de desinstitucionalização foram iniciativas que visavam garantir às pessoas com transtorno mental e/ou dependência química em situação de internação, de longa permanência, o cuidado integral, a promoção de autonomia, o exercício da cidadania e a progressiva inclusão social.
A criação do Sistema Único de Saúde (SUS) em 1988 e da Saúde Suplementar (no início da década de 60) e a sua regulamentação em 2000 com a criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), trouxeram duas formas de abordagem diferentes e de tratamento das doenças mentais.
Como tudo na saúde depende do financiamento, o valor atualmente despendido implica diretamente na qualidade assistencial ofertada pelo serviço e recebida pelo usuário.
Isso traz luz a realidade na qualidade assistencial recebida em cada serviço e as diferenças claras entre um tratamento hospitalar na rede pública, rede privada suplementar (convênio) e no serviço privado particular. Para a manutenção da sustentabilidade dos serviços de saúde públicos e privados, infelizmente temos que dizer que vale a máxima: quanto maior o valor investido, melhor a qualidade assistencial. Isso faz com que o investimento dos setores públicos e privados conveniados não satisfaçam a necessidade de parte dos beneficiados.
Para exemplificar e tornar claro para o leitor, vamos demonstrar em números. No SUS há uma obrigatoriedade, em média, de 1 profissional assistencial para cada 8 pacientes (MS Portaria 336/2002). Na saúde suplementar (convênios) e no particular não há uma obrigatoriedade maior, portanto, buscando claramente economia e maior lucratividade, os demais serviços seguem o mesmo padrão.
A padronização com o “sarrafo” baixo, faz com que a maior parte dos serviços sejam ofertados com uma péssima qualidade assistencial.
Todos podem oferecer o serviço. Mas ele é bom? Depende do que se vê, ou melhor, do que se sente. Se sentir melhor é obrigação! Mas em quanto tempo? Através de quais medicamentos e terapias?
A falta de uma padronização alta na qualidade assistencial dos serviços prestados permite que a simples oferta do produto, (por exemplo: o tratamento hospitalar de doenças mentais), seja realizado de forma livre, juridicamente aceitável, porém precária.
Isto abriu uma janela de oportunidade. Surgiu daí o planejamento da Clínica Iátrica. Oferecer a maior e melhor qualidade assistencial possível para o tratamento das doenças mentais.
O investimento na saúde mental ficou evidente desde a hotelaria, alimentação, medicamentos, equipe terapêutica e assistencial até os atendimentos diários conforme o plano terapêutico personalizado a necessidade do paciente.
Ao fazer contato telefônico desde um agendamento de consulta até o adentrar nos diferentes serviços e receber o atendimento, ficam evidentes as diferenças existentes entre cada um dos modelos assistenciais (público, privado convênio e privado particular).
Então o que nos moveu? Porquê?
Entendíamos haver uma parcela da população, com alto poder aquisitivo, que não vinha se beneficiando dos serviços existentes (no público e no privado convênio). Somando-se a isso, a nossa percepção de insatisfação do usuário na qualidade dos serviços psiquiátricos existentes. Criamos um produto no qual todos desejariam se tratar.
Na clínica Iátrica você entende o que deveria ser o atendimento de saúde mental ideal a toda a população. Equivale dizer ao recebimento de um atendimento médico clínico/cirúrgico hospitalar no Albert Eistein ou no Sírio Libanês.
Dia 28/02/2024 completamos um ano da inauguração. Muito desafios se apresentaram ao longo deste último ano e superamos buscando maior qualidade assistencial e performance.
Os principais diferenciais no tratamento das doenças mentais são o acesso às medicações de alto custo (perfil de adaptação e resposta maiores) aliados a um plano terapêutico psiquiátrico e multidisciplinar qualificado e personalizado a necessidade do paciente. Ter acesso tudo isso em um ambiente confortável, acolhedor, com uma alimentação saudável e com atividade física em contato com a natureza fazem toda a diferença. A remissão dos sintomas ocorrem mais precocemente e o tempo de tratamento torna-se menor. Isso significa menor tempo de sofrimento psíquico e mais rápido retorno ao convívio familiar e aos afazeres cotidianos.
Qual o nome para isso?
Clínica Iátrica. A Arte de Curar.
Curitiba, 03/03/2024.
Dr. João Luiz da Fonseca Martins
Médico Psiquiatra, Membro da Associação Brasileira de Psiquiatria e Diretor Técnico da Clínica Iátrica.
CRM-PR 24.289 e RQE 3.011.